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Mostrando postagens de 2018

Eu penso renovar o homem usando borboletas.

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[...] Perdoai Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. (Manoel de Barros) Inspirada por esse fragmento do poeta das minhas miudezas, Manoel de Barros, deslizo-me nas palavras para pensar o calendário ressurgido! Isso mesmo! O novo ano é o calendário ressurgido. Não há nada de tão novo no calendário, pois este é tão estático: dias, semanas, meses e ano. Essa ação cíclica nos envolve e, por vezes, engana-nos, fazendo que pensemos que o “tal novo” já vem. Já escrevi outrora sobre essa pseudomudança que achamos que acontece na noite de 31 de dezembro. Desculpe-me os imaculados corações esperançosos que pulam ondas, usam cores, comem romãs, entre outras coisas que são feitas, mas, para mim, nada é tão mágico assim. Há sim, uma força positiva diferente emanada nesse dia, provocada pelo desejo de mudança, no entanto, como já disse, é preciso cuidar para não ficarmos presos nessas crenças que são muito válidas, mas que, sem uma força contínua, um querer mais s

Poesia de Elizeu Braga

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a cidade não tem rima mas tem muro tem promessa de progresso mas nenhuma de futuro a cidade é perna aberta pra quem chega de outros mundos a cidade obedece a moda da roda dos imundos que só faz ela apodrecer esconde o que de mais bonito tem potência no agronegócio arrebentando com a terra e com quem nela se mantém cidade empresarial, corta as árvores nativas, planta palmeira imperial expulsa os indígenas, trata o pobre como marginal até ai tudo bem, nada de novo no fronte a situação aqui é exemplo pra Belo Monte região norte, periferia do Brasil a Amazônia do teu cartão postal já se destruiu felizmente por aqui ainda existem guerreiros e guerreiras que lutam e são tantos quantos os dançarinos de boi bumbar balas lhes perseguem na floresta mas só viram pauta na imprensa popular foi por isso que fiz essa toada pra poder na base da palavra a força desses guerreiros evocar e grita Corumbiara a resistência e a luta guerra contra os latifundiários noticia que os grandes meios de comunicação

CAÇADO COM BOA RAZÃO

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Cresci como filho de gente rica. Meus pais deram-me uma gravata e me educaram nos hábitos de ser servido. Ensinaram-me também a arte de mandar. Mas quando cresci e olhei em volta não gostei da gente de minha classe, nem de mandar nem de ser servido. E deixei a minha classe, indo viver com os deserdados. Deste modo, criaram um traidor. Ensinaram-lhe as suas artes, e ele passou para o lado dos inimigos. Sim. Eu revelo segredos. Estou no meio do povo e relato como eles o enganam. Prevejo o que virá, pois estou a par de seus planos. O latim dos padres venais traduzo palavra por palavra na linguagem comum. Assim todos vêem os seus disparates. Pego nas mãos a balança da justiça e mostro os falsos pesos. Os espiões me delatam, revelando que estou ao lado das vítimas quando se dispõem a atacá-las. Eles me advertiram e me tomaram o que tinha ganho com meu trabalho. E como não melhorei, começaram a caçar-me. Mas em minha casa só encontraram escritos que denunciavam seus atentados contra o povo.

Como Clarice Lispector pode mudar sua vida - Simone Paulino

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Há muito tempo sou uma apaixonada por Clarice Lispector. Mais que ler, eu sentia o que Clarice escrevia. É como se o grito dela ecoasse em mim. A inconstância, a insistência em tentar compreender um mundo que, na verdade, vive-se internamente, é o que faz com que Clarice nos provoque tanto. Estava eu em uma livraria-paraíso (assim que vejo as livrarias e isso me faz lembrar de Rubem Alves que diz: Céu é um lugar de reencontro com as coisas que a gente ama, por isso, livraria para mim é céu, é paraíso) e vejo na prateleira um livro intitulado “ Como Clarice Lispector pode mudar sua vida de Simone Paulino. Pensei: Poxa! Essa Clarice é foda mesmo! Que poder! Depois parei e pensei na quantidade de críticos que dizem: Clarice não é autoajuda! Vish! E esse título? Compro ou compro? Rs Porque diante de Clarice, fico assim, e me entrego mesmo. Comprei! E fiquei agarradinha ao meu livro novo como aquela criança que ganha o algodão doce da cor e tamanho que ela quer. Logo nas primeiras pág
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Encontro com professores indígenas das comunidades de Nova Mamoré

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Dia dez de maio de 2018, aconteceu o II Encontro de Formação para professores indígenas de Nova Mamoré, RO. O Projeto de extensão universitária “LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS: SABERES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA, sob a certidão de nº 10/2018é uma ação realizada pelo Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem (DACL) de Guajará-Mirim e pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Guajará-Mirim. O objetivo do projeto é de propiciar aos professores das comunidades indígenas, as diversas possibilidades de ler e de produzir textos, a fim de que possam ampliar suas práticas e contemplar o universo plural de sentidos, histórias e memórias no qual então inseridos, considerando que a leitura e produção de texto são fundamentais para que os professores indígenas possam se apropriar das escrituras nos moldes ocidentais e também compreendam as produções de seus alunos como textos constituídos de saberes tradicionais que permitem uma relação multi

Calcinha e segredo só revelamos para quem confiamos

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Certa vez ouvi uma frase que dizia: se quiser descobrir segredos, preste atenção nas coisas pequenas, nas miudezas. Na verdade, este “descobrir segredos” passa longe das investigações daqueles mistérios que só Sherlock Holmes, investigador de uma famosa série britânica do século XIX e XX e os investigadores da série CSI descobririam. Aqui, refiro-me à segredo sendo àquilo que me separa do outro, que me torna singular, única, para melhor traduzir, aquilo que só eu tenho, que me define, que me constrói. E estes segredos, em parte, são revelados à medida que vamos vivendo, pois vamos dando “pistas” de quem somos, ou de quem estamos, pois somos mutáveis. Nossas singularidades também vão mudando. É como se fôssemos camaleões, vamos nos adaptando ao mundo ao qual nos inserimos. Percebe-se isso, claramente, considerando a evolução da espécie humana. Podemos perceber isso também observando a evolução da calcinha. Eis uma metáfora interessante: a evolução da calcinha. De acordo com a escrito