Poesia de Elizeu Braga

a cidade não tem rima mas tem muro tem promessa de progresso mas nenhuma de futuro a cidade é perna aberta pra quem chega de outros mundos a cidade obedece a moda da roda dos imundos que só faz ela apodrecer esconde o que de mais bonito tem potência no agronegócio arrebentando com a terra e com quem nela se mantém cidade empresarial, corta as árvores nativas, planta palmeira imperial expulsa os indígenas, trata o pobre como marginal até ai tudo bem, nada de novo no fronte a situação aqui é exemplo pra Belo Monte região norte, periferia do Brasil a Amazônia do teu cartão postal já se destruiu felizmente por aqui ainda existem guerreiros e guerreiras que lutam e são tantos quantos os dançarinos de boi bumbar balas lhes perseguem na floresta mas só viram pauta na imprensa popular foi por isso que fiz essa toada pra poder na base da palavra a força desses guerreiros evocar e grita Corumbiara a resistência e a luta guerra contra os latifundiários noticia que os grandes meios de comunicação e o cacique do PMDB oculta porque assim como um Marighela uma professora do movimento camponês lutou e assim como Chico Mendes uma bala em seu peito estourou e gritam as comunidades na beira do Rio Madeira que mantiveram sua fé e a tradição da cultura Beradeira ficaram em suas casas quando veio a grande alagação os outros prejuízos trazidos pela destruição da irresponsabilidade de projetos que produzem lucros pra outra região a cidade segue explorada, colonizada, anestesiada mas sonha, sonha, sonha com seus filhos que virão não aqueles que buscam dela a riqueza mas aqueles que por ela lutarão

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