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Mostrando postagens de abril, 2021

Da janela

  Da janela   Memórias, meu bem? guardo todas estão amarradas na relva rasteira na canção que anuncia soprada pelo vento torto que os seus olhos não veem basta-me o cheiro de suas mãos que entram pela janela para ressuscitar e fazer florescer aquela tarde novembreira de pés descalços e almas nuas em uma composição cheia de supressão não cantada, silenciada pelo barulho ensurdecedor de uma janela sem flores. Em que rastro eu te encontro agora? Quero devolver-te a lembrança dessas venenosas doses que me   desordenam   e me desmoronam e insistem em me lembrar do tempo perfumado da primavera. quero apagá-la desperfumá-la fechar as janelas sair por esta porta, na vaguidão,   em busca de outras mãos outros cheiros afagos e assim, esquecer de ti, para lembra quem sou.   Márcia Dias              

Indulgências

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 Abruptamente, a noite desceu Cruzou o Globo Rodou, ruiu e riu da infâmia de ser sol. Queimou, ela, a linha tênue das verdades.  Separou e uniu as singularidades de ser só Só eu Só meu Só teu  O silêncio grita das janelas fechadas. Nas ruas, os vácuos de ser chão, céu chuva, choro, visível permanecem abertos. Vai, voa, veemente, o vírus no alarido da cegueira. De joelhos, os cantos, as danças, as tintas sintonizam-se para recompor a nota harmônica de uma melodia destoada com os rios, as florestas, o ar, com o círculo plural. Alvitram o ontem, tantas quimeras. Obsecram as indulgências. Expurgam-se para tornarem -se incólumes De uma memória breve  que se vai como a noite. Poema publicado em:  Pandepoesia: primeiros dias de quarentena - Ruído Manifesto (ruidomanifesto.org)

Livros organizados

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No 29 de abril, às 19h30min, será lançada a 2ª edição do livro coletivo Diálogos entre lugares: educação, literatura e memória , idealizado e executado por professores e pesquisadores membros do Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas (GEIFA). O livro é composto por 20 artigos científicos que abordam os mais diversos temas, como: Relações de gênero, Relações raciais, o Rap, Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), Literatura indígena, Literatura Afro, Narrativas orais, Espaços ribeirinhos, Mulheres no contexto dos seringais etc. Os (as) pesquisadores (as) e, por consequência, as pesquisas, se debruçaram sobre os mais variados espaços sociais de Rondônia, como: Porto Velho, Nova Mamoré, Guajará-Mirim, Vila Murtinho, Reserva Extrativista Rio Ouro Preto, dentre outros. A 1ª edição do livro foi publicada em 2020, pela Temática Editora, sendo dos mesmos organizadores e pesquisadores: Auxiliadora dos Santos Pinto, Bethânia Moreira da Silva Santos, Eva da Silva Alves, Márci

Obras publicadas por Márcia Dias

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 Para adquirir as obras, entrar em contato via whatsApp 69-999644312 ou por e-mail marcia.santos@unir.br 

POEMAS

Desvarios   as palavras amareladas na escrivaninha jogadas sobre aquele papel amassado, cheirando céu nublado tantas nervuras que arranham a cor gelada do meu gemido travo-te, mais uma vez, entre minhas pernas trêmulas já é hora de partir? vais deixar a candura desse cheiro de vento que sopra na janela aberta para o sol que insiste em revelar nossos segredos? deita aqui, deixe-me te embalar nos meus quadris deixe-me te afagar com minha língua quente em um movimento lento que molha essa esperança azul céu venha dançar sobre meu corpo com essas mãos frenéticas enquanto minha vontade está ébria segura-me junto a ti encosta teus lábios em meus seios descompassados amortece esse tempo soberano lentamente                    lenta                      lenta  lenta lenta lenta lenta mente levanto olho para a mesa o papel, as palavras bebi todas que havia escolhido para escrever-te emudeço no grito-dor, na vontade-cheiro, na primavera-escura nesse m