O vento hoje sopra uma saudade arteira

uma saudade que se aprofunda
é um sopro impiedoso
que invade
sem pedir licença e nos lembra
De um abraço quente
De um olhar morada
De uma mão presença
De uma voz ternura.
A saudade mora aqui....
novembro de 2020


Dia dos que partiram
Se foi, mas continua aqui
Continua no cheiro
No riso
Na alma
Se foi, mas continua aqui
Em mim
Em nós
No lago
Se foi, mas continua aqui
No vento que é refrigério
Na terra que é sustento
Na cor das coisas miúdas
Era voz
Hoje a mudez é quem me diz
Que enquanto houver alguém que lembre, a vida continua sendo morada na memória.
Meu pai vive em mim
Novembro de 2019


E então, no meio do caminho, para mim, ainda aprendendo a decidir passos e rotas, o teu tempo chega ao fim.
Tuas linhas se findaram.
As sementes florescem aqui.
Aqui há teu perfume.
Aqui cantarola aquela música.
Aqui, tuas mãos rústicas ainda seguram as minhas.
Aqui desfolha-se a saudade.
Aqui, na minha memória, tua presença habita, porque a memória é o lugar onde a luz clareia quando a dor quer escurecer meus dias.
Saudades
Novembro de 2017

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