NOVA MAMORÉ

A cidade da Ferrovia.

Filha da Estrada de Ferro
Nasce com a esperança
Homem, mulher e criança
Em busca de um futuro próspero
Vêm recomeçar uma vida
Que já antes era sofrida.

Nas margens de uma BR
Implantam casas e lavouras
Bares, danceteria e comércios
Todos com perspectivas boas,
Pois a fumaça se apagou,
Porém uma esperança começou.

O primeiro, seu Piraíba,
Veio para o Ambrósio
Plantar arroz e fazer farinha
Topava a parada com os índios
Abrindo aquela selva
Que hoje é a cidade
Nunca velha Mamoré
Mas com esperança e fé
Criou-se uma nova comunidade
Esta Nova Mamoré.

A casa dos Malandros
Que não condiz com o nome
Era um ponto de encontro
Onde muitos que lá estavam
Viviam sem fazer nada,
Mas procurando uma prosa
Pra mode achar emprego
Nas lavouras ou comércios,
Era lá que se sabia
Das fofocas que existiam.

Antes de formar a cidade,
O lugar era seringal.
Nenê Clímaco era o patrão,
Posteriormente foi seu João
Que Junto com Dona Luíza
Fizeram deste rincão
Um lugar de esperança
Para todos ficou a herança
De um povo trabalhador
Que chamamos de desbravador.

O tempo foi passando
E o lugar aumentando.
A fumaça se apagou
E o trem nunca mais apitou.
O PIC Sidney Girão
Em 1971 ,foi a grande expansão
Do norte ao sul do Brasil
O povo se miscigenou
E em Nova Mamoré
Nova comunidade se formou.

A cabeça era de açúcar.
O rancho, carregávamos no cavalo.
Égua não era mais um animal
O besta era abestado.
O filho virou mamãe e papai.
O arigó era o nordestino.
Rebuliço era confusão.
O feio, calambuxado.
E até a linguagem
virou um belo carnaval.

Tivemos os ciclos naturais
Da madeira e minerais.
Aqui foi terra de garimpo
Que deixaram nos nossos rios limpos
Um arsenal de ferrugens
Que nos ficaram como herança
Junto com a nossa esperança.

Chico Pinto foi um político
Que muito contribuiu
Depois foi a era dos Zés
Que ainda não terminou.
Veio o Zé Brasileiro,
em seguida o Zé Domingos,
Veio o Dr. Vicente
e ainda Zé Antenor
Prefeitos que aqui passaram
E suas contribuições deixaram.

Hoje Nova Mamoré
É uma cidade pujante
Que não tem diamante,
Mas com suas riquezas .
É uma comunidade plural
Onde tudo se mistura
Linguagem, costume e comida
Todas têm sua cultura.
E vivem na calmaria
Na cidade da Ferrovia.


Márcia Dias dos Santos

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